A primeira modificação no projeto inicial aconteceu quando a praça, com mais de cem anos de existência, teve seu terreno aplainado.
Em 1870, recebeu obras de infra-estrutura e os trilhos dos bondes puxados a burro, que faziam as linhas Vitória-Piedade e Piedade-Largo do Teatro (Praça Castro Alves).
Em 1891, criou-se o Jardim da Piedade e, quatro anos mais tarde, colocou-se a grade que protegia a praça de atos depredatórios e os quatro canteiros contornados por árvores.
A construção da Avenida Sete de Setembro (então chamada de Avenida do Estado), porém, mudou o traçado e reduziu as dimensões da praça, que, em 1917, viu nascer a sede do Gabinete Português de Leitura e a Igreja Nova de São Pedro.
Pouco mais tarde, recebeu um novo projeto de ajardinamento e arborização, sem o antigo gradil.
Em 1931, a Piedade ainda teve o chafariz substituído por uma fonte luminosa importada da França e ganhou novos prédios.
Passados mais de 300 anos, a Praça da Piedade – inserida no atual projeto de recuperação de espaços públicos da cidade – sofreu mais uma reforma e recebeu nova roupagem: a fonte luminosa e demais monumentos foram totalmente recuperados, o local ganhou bancos e piso moderno de granito, um inédito sistema de irrigação informatizado e iluminação cênica.
Além disso, um belo gradil de 250 metros - obra do renomado artista plástico Caribé – cercou os seus canteiros com motivos regionais e pitorescos.
Os quatro portões que dão acesso à praça receberam os nomes dos mártires da Conjuração Baiana, que, em novembro de 1799, foram enforcados, esquartejados e expostos neste mesmo local.
Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates
Em 12 de agosto de 1798 estourou a Revolta dos Alfaiates em Salvador.
O nome foi dado em homenagem aos líderes do movimento que exerciam a profissão de alfaiate.
A revolta teve como causas principais a discriminação social, carga elevada de impostos, aumento dos preços dos alimentos essenciais e principalmente sua escassez, libertação dos escravos, bem como movimento emancipacionista para criação da República na Bahia.
Do movimento fizeram parte: comerciantes, militares, clérigos, funcionários públicos e pessoas de todas as classes sociais.
Uma precipitação na distribuição de folhetos fez com que a revolta fosse sufocada.
49 pessoas foram detidas e seus principais líderes presos e depois esquartejados.
Outros foram degredados em prisões fora da Bahia e do Brasil.
Os líderes da revolução dos alfaiates que foram enforcados na Praça da Piedade:
João de Deus do Nascimento, Manoel Faustino dos Santos Lira,
Lucas Dantas do Amorim Torres, Luiz Gonzaga das Virgens.
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