DA VILLA CATHARINO AO PALACETE DAS ARTES
O Palacete do Comendador Bernardo Martins Catharino, também
chamado de “Villa Catharino” teve seu projeto arquitetônico arrojado e
inovador, idealizado pelo arquiteto Rossi Baptista e decorado por Oreste
Sercelli, sendo concluído em 1912. Expressando a ânsia que a burguesia baiana
tinha por modernização ao modo dos ingleses e franceses; o chamado “Palacete
Catharino”, situado no bairro da Graça, representa o forte poder econômico de
algumas famílias baianas, e nesse caso específico, evidencia a grandeza artística
de uma obra arquitetônica monumental, onde mais que residência, serviu também,
como instrumento raro de fruição artística para os habitantes da antiga Cidade
da Bahia.
Em 09 de junho de 1986, o tombamento da “Villa” ou Palacete
Catharino foi proposto pelo antropólogo Thales de Azevedo e aprovado pelo
Conselho Estadual de Cultura, tornando-se o primeiro imóvel de estilo eclético
tombado pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), pelo
Decreto 33.252, sob o processo 004/82 .
Após o tombamento, o Palacete abrigou a Secretaria Estadual
da Educação e Cultura e os Conselhos Estaduais de Educação e de Cultura, até
ser destinado a sediar o Palacete das Artes, em 2003.
Para esta finalidade, o prédio foi escolhido por um conjunto
de características favoráveis, sendo uma delas o fato de guardar uma relativa
semelhança com o Hotel Biron, local onde está instalado o Museu Rodin Paris
(edificação do século XVII), uma vez que o estilo eclético guarda fortes
referências arquitetônicas francesas.
Com o novo uso proposto, o Palacete recebeu um grande
projeto de restauração e adaptação, com redimensionamento de alguns espaços
internos e recuperação de todos os seus elementos estruturais e decorativos.
Adaptou-se à mansão um anexo, de traços arquitetônicos modernos, projetado
pelos arquitetos Marcelo Ferraz e Francisco Fanucci, que passou a ser chamado
de Sala Contemporânea, destinada a abrigar exposições temporárias. Um projeto
bem sucedido, que, em 2006, recebeu o primeiro lugar da Bienal de Arquitetura
da Venezuela e o segundo lugar na Bienal de Arquitetura Argentina.
Também foram incorporadas aos jardins do Palacete quatro
peças do escultor Auguste Rodin, adquiridas junto ao Museu Rodin Paris, que
passaram a embelezar sobremaneira a espacialidade do museu.
Fonte: De Villa Catharino a Museu Rodin Bahia 1912 – 2006:
Um Palacete Baiano e sua História. Org. Katia Fraga Jordan. 2006
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