Fruto das ideias desenvolvimentistas do Governador Antônio Balbino, a história do Teatro Castro Alves, que homenageia o "Poeta dos Escravos", possui momentos de grandes espetáculos e tragédias, como os dois incêndios que motivaram sua reforma.
O primeiro deles ocorreu antes mesmo de sua inauguração. Era a madrugada do dia 9 de julho de 1958 - cinco dias antes da abertura ao público - e a versão apurada oficialmente foi de que um curto-circuito havia destruído aquele que deveria ser o mais novo espaço cultural de uma cidade que jazia estagnada economicamente - o chamado Enigma Baiano que se estendia desde o início do século e nos anos 50 preocupava estudiosos e economistas.
Seu projeto original foi feito pelos arquitetos Alcides da Rocha Miranda e José de Souza Reis, em 1948; porém o edifício construído foi aquele desenvolvido por José Bina Fonyat Filho e o engenheiro Humberto Lemos Lopes, sendo ganhador da IV Bienal de São Paulo com suas linhas e conceitos modernistas e chocando a sociedade Baiana de então, avessa a novidades,com sua grandiosidade que incomodava os políticos em disputa pelo poder local.
As obras foram executadas pela então Secretaria de Viação e Obras Públicas, que na época chegou a publicar o livreto intitulado "A verdade sobre o Teatro Castro Alves" mostrando desde o projeto de lei do então deputado estadual Antônio Balbino em 2 de junho de 1948, fotos e imagens do projeto, entrevista com especialistas e buscando justificar a realização desse projeto ao invés do idealizado por Rocha Miranda e Souza Reis.
Balbino, que introduzira no governo do Estado uma mentalidade de planejamento e fomento econômico, enfrentava sem sucesso as forças conservadoras: Quando pronto a edificação que não possuía os Pilares em V sofreu um misterioso incêndio, depois disso a edificação passou a ter os benditos pilares.
Seu aparente fracasso fez com que as obras de recuperação, reiniciadas ainda em seu mandato, fossem abandonadas por Juracy Magalhães - seu opositor.
Situado na principal praça da capital - o Campo Grande - onde um belo monumento erguido pelo governador Rodrigues Lima evoca as lutas gloriosas da Independência da Bahia, o teatro foi praticamente reconstruído pelo governo Lomanto Júnior - recebendo entretanto, por parte da elite local já avessa ao ativismo cultural, grande ojeriza, que somente o tempo foi capaz de vencer.
Foi inaugurado, com a presença, além do próprio governador, do presidente Humberto de Alencar Castelo Branco, a 4 de março de 1967.
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