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terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Clube do Choro e Bahia British Club

CLUBE DO CHORO DA BAHIA

O Clube do Choro da Bahia é um centro de referência, prática, ensino/aprendizado e pesquisa de música brasileira, em especial o choro. Coordenado pelo músico Juvino Alves, o Clube vem realizando um trabalho de resgate, transmissão e reconhecimento de instrumentistas e compositores e suas respectivas obras, proporcionando encontros de músicos da velha e nova geração, criando espaços para trocas no “fazer choro”. Dentre as atividades realizadas, estão: o Núcleo de Pesquisa em Música Brasileira; a Escola Aberta de Choro Cacau do Pandeiro, que atua na formação de músicos; a Roda de Choro, encontros musicais abertos ao grande público; e o projeto Cacau do Pandeiro, que pretende promover oficinas de pandeiro, mostras musicais, fórum cultural de choro, festival de choro da Bahia, entre outros.
Nome: Juvino Alves
Telefone: (71) 3334-0185
Endereço: Rua Almirante Barroso, 76, Rio Vermelho, Salvador/Bahia.

Bahia British Club

Clube do Bolinha

por Ronaldo Jacobina


Há 33 anos, o juiz aposentado e ex-ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Luiz de Pinho Pedreira, cumpre diariamente o mesmo ritual. Por volta das cinco horas da tarde, cruza a porta de vidro do casarão de número 20 da Rua Banco dos Ingleses, no Campo Grande. Lá dentro, o mestre Pinho Pedreira – como é tratado no recinto – se despe das formalidades que norteiam o meio jurídico e saboreia, pausadamente, uma taça de vinho tinto enquanto aprecia o pôr-do-sol sobre a Baía de Todos os Santos. Com o olhar atento, inspeciona tudo com a curiosidade de um menino. À medida que o sol vai desaparecendo no mar, outros distintos cavalheiros vão chegando para mais um happy hour no Bahia British Club (BBC), um dos mais antigos da cidade (134 anos) e único reduto baiano exclusivamente masculino. Alguns tomam assento no bar, outros disputam uma vaga para a disputa de uma partida de dominó. Entre um gole e outro, a postura austera daqueles senhores vai desaparecendo para dar lugar às brincadeiras e às discussões acaloradas sobre os mais variados temas. Do alto dos seus 92 anos, Pinho Pedreira, o presidente da entidade – mais conhecida como Clube Inglês – circula com desenvoltura pelos salões como faz há mais de 35 anos. O desembargador federal aposentado, Gustavo Lannat, 66, deixa o bar e se dirige – com sua taça de vinho – ao piano do clube. Habilidosamente, extrai do instrumento canções do repertório popular brasileiro. O grupo silencia. Aplaude. A receptividade empolga Lannat que solta a voz. Intermezzo. O popular cede lugar ao erudito. Mais palmas. Como faz há 22 anos, o garçom Gilberto Rodrigues de Souza, 51, acompanha atentamente a movimentação com a sua inseparável bandeja. Na cozinha, as duas únicas mulheres que têm passe livre no clube (Nadir Bonfim, 55, e Nivalda Almeida, 46) se esmeram para agradar aos exigentes paladares dos "meninos", como costuma chamá-los. Para enganar o estômago dos mais famintos, preparam sanduíches – cortados em pequenos pedaços. A turma devora tudo. A conversa fica animada. O uísque e o vinho ajudam a elevar – em alguns – a temperatura da prosa. Outros entram no ritmo embalados por suco de lima. As brincadeiras ficam mais fortes. O mestre Pinho Pedreira ri timidamente das piadas. Ele mantém o bom humor mesmo quando fica na berlinda. Reverenciado por todos, revida de forma sutil às provocações. A sabedoria, adquirida nas mais de nove décadas de vida, garante-lhe também essa habilidade. Os austeros senhores agora parecem crianças endiabradas. Acabaram-se as formalidades. São todos iguais nesta noite. "Aqui é o único lugar do mundo onde a gente pode mandar um ministro para aquele lugar e não acontece nada", diz um dos mais afoitos, referindo-se a alguns dos ex-ministros do Supremo Tribunal Federal (STJ) que circulam por lá. A noite avança. Pinho Pedreira se despede depois de provar uma das muitas receitas de sobremesa criada pela dupla de mulheres da cozinha. Outros não arredam os pés.Recompõem os copos. Os segredos trocados entre eles no balcão do bar são revelados. Viram piada. Eles não se incomodam. Riem da própria irreverência. Não há o que temer. As histórias ficarão ali. Essa é uma das regras.

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