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segunda-feira, 19 de maio de 2008

Elevador Lacerda

Localização: entre a Cidade Baixa e a Cidade Alta, de frente para a Baía de Todos os Santos.
Imponente e reconhecido como um dos ícones mais importantes do turismo de Salvador, o famoso Elevador Lacerda é muito mais do que uma ligação entre a Cidade Alta e a Cidade Baixa. Trata-se de um verdadeiro cartão postal com a generosidade de oferecer aos seus visitantes uma maravilhosa vista panorâmica da Baía de Todos os Santos.
É por isso, que além dos próprios baianos, não há turista que chegue à cidade e não tenha vontade de vê-lo de perto e registrar tudo em muitas fotos.
O equipamento foi criado pelo engenheiro baiano Antônio de Lacerda (1837-1885), idealizador da Companhia de Transportes Urbanos, primeira operadora de trens de Salvador.
Sua construção começou em outubro de 1896, com material trazido da Inglaterra, e foi concluída em 1873.
Os festejos de inauguração aconteceram de 8 de dezembro daquele mesmo ano, no mesmo dia das comemorações de Nossa Senhora da Conceição da Praia, por sinal. A idéia era que a construção do elevador interligasse também as duas linhas de bonde Calçada/Praça Cayru e Graça/Praça Municipal.
Funcionando através de um sistema completamente hidráulico, o monumento foi chamado de Elevador Hidráulico da Conceição, depois de Elevador do Parafuso.
Só em 21 de junho de 1896, por decisão do Instituto Histórico e Geográfico da Bahia (IGHB), foi batizado com o nome do seu criador, sendo consagrado Elevador Antônio de Lacerda, e logo depois simplificado.



Em julho de 1906, o elevador precisou parar para ser submetido às obras de eletrificação.
O novo sistema foi inaugurado em janeiro do ano seguinte.
No ano de 1930, novas mudanças: as duas cabines originais que transportavam até 23 passageiros, foram substituídas por outras quatro novas com capacidade para 27 pessoas cada uma delas, aumentando assim o conforto para os usuários daquela época.
Também nessa época, já na propriedade da Companhia Linha Circular de Carris da Bahia, o Elevador Lacerda ganhou o seu atual estilo "artedecô”.A primeira revisão em toda estrutura arquitetônica do elevador ocorreu no começo dos anos 80. Já os equipamentos elétricos e eletrônicos passaram uma séria revisão em 1997.
Com 191 pés de altura (72 metros), o Elevador Lacerda foi erguido em duas torres.
A primeira que sai da rocha e perfura a Ladeira da Montanha, servindo para equilibrar as cabines. Enquanto que a segunda fica mais visível e se articula à primeira torre, descendo até o nível da Cidade Baixa.
Na década de 50, o Elevador passou a fazer parte do patrimônio da Prefeitura Municipal do Salvador e em setembro de 1997, na gestão do atual prefeito, Antônio Imbassahy, ganhou iluminação cênica, valorizando ainda mais sua beleza.
Antônio de Lacerda, filho de Antônio Francisco de Lacerda e D. Angélica Miquelina de Lacerda nasceu a 1º de outubro de 1834, na cidade do Salvador, sendo batizado na Matriz de São Pedro em 15 de novembro de 1834.
Aos nove anos de idade, em princípios de 1844, foi enviado para a Suíça; em Genebra, prosseguiu os estudos aqui iniciados.
Entre os seus mestres europeus figuraram grandes nomes daquele tempo, entre eles os de Raul Pictet, e Gaspar Mermillod, Bispo de Genebra.
Regressou da Europa em dezembro de 1850, com 16 anos. Mas já no ano seguinte, em novembro, seguia para os Estados Unidos, onde em Troy, no Condado de Rensselaer, no Estado de Nova York, freqüentaria uma escola para Engenheiros – o Rensselaer Politecnic Institute. Todavia não se pode provar que de fato tenha terminado o seu curso, pois nunca se intitulou Engenheiro.
Em 1856, com 22 anos incompletos, estava de volta à Bahia. E já em fevereiro de 1860 ingressava como Irmão na Santa Casa de Misericórdia.
Deverá ter-se casado antes de 1865, com Adéle Montobio, de nacionalidade Belga, filha do Engenheiro Camile Montobio, chegado a esta terra em agosto de 1849.
É também de se supor que, com a educação recebida no estrangeiro, tenha Antônio de Lacerda se tornado aficcionado das ciências naturais, e as tenha cultivado com certo entusiasmo, tendo sido seu nome citado em diários e relatórios de diversos cientistas e naturalistas que passaram pelo Brasil, naquele período.
Morava no Garcia, em casa que depois da morte de seu pai viria a lhe pertencer.
Tudo indica haver sido o auxiliar mais direto do seu pai. E tal era a confiança que ao mesmo inspirava, que no seu testamento, ditado a 16 de janeiro de 1872, Antônio Francisco de Lacerda, nomeou-o liquidante do seu estabelecimento comercial, “confiado na prudência, critério e zelo do meu filho”, e no conhecimento que ele tinha dos seus negócios.
Alias, desde 1869, iremos encontrar Antônio de Lacerda envolvido em transações comerciais.





Em janeiro daquele mesmo ano, quando da mudança da razão social da firma Ribeiro , Costa & Cia. para Gonçalves, Costa & Companhia, seria ele incluído, juntamente com o sogro, como sócios, na nova firma.
Na mesma época, irá aparecer como sócio comanditado da firma Antônio de Lacerda & Cia., sob a sua responsabilidade, a de seu pai e de mais 26 sócios.
Foi com tal firma, mais conhecida pelo nome de Companhia Transportes Urbanos, que iria Antônio de Lacerda consagrar-se para a prosperidade.
Inicialmente com a instalação das linhas de bondes puxados a burro, na parte alta da cidade, e finalmente com a construção e instalação do Elevador Hidráulico da Conceição.
No mesmo ano em que constituía a sua firma, já circulavam pela cidade outros bondes ligando outros bairros. Todavia, em dezembro daquele mesmo ano, os bondes de Lacerda já circulavam entre o Largo da Piedade e o da Vitória. Mas ele pretendia mais: ligar a Praça da Piedade à Praça do Palácio.
Mas, o seu maior sonho era a construção de um elevador que poria em comunicação os dois planos da cidade.
E antes mesmo de estarem em tráfego os seus bondes de burro, já iniciara a perfuração da rocha, ali por onde pretendia fazerem passar as cabinas da máquina, e a do túnel que ligaria a base da coluna por onde circulariam, à rua da Alfândega, na Cidade Baixa.
Deve ter sido, naquele tempo, uma obra de gigante. Tanto que foi considerada por muitos, utópica.
Ele mesmo diria, quando do 1º brinde levantado na festa que ofereceu, em sua residência, na noite de 8 de dezembro de 1873, “quando eu trabalhava com afinco em favor da idéia que concebera, muitos obstáculos se antepunham`a sua realização e entre eles a palavra autorizada de cidadãos importantes que conspiravam contra a empresa, considerando-a inexeqüível” E acrescentava que “teria talvez desanimado diante de tamanhas dificuldades que surgiam se não fora o apoio e o auxílio que encontrava sempre em meus generosos consórcios, os quais, longe de recearem a perda de seus capitais, me animavam a caminhar e a prosseguir”.
Segundo ainda declarou, na mesma ocasião, a obra foi realizada em “cinqüenta meses de trabalho, de obstáculos e de incerteza”.
Antônio de Lacerda morreu, aos cinqüenta e um anos, de enfermidade renal, a 2 de agosto de 1885.
Desaparecia assim um dos homens mais importantes do seu tempo, expressão legítima de uma época cujo dinamismo intenso reclamava e mesmo exigia homens do seu porte e ação.
No entanto, apesar de toda a sua obra, vai o seu nome sendo aos poucos esquecido. Louvado e enaltecido pelos seus contemporâneos, chegou a merecer poemas feitos em sua homenagem, publicados nos jornais dos fins do século passado. Todavia, quando da sua morte, pouco dele se falou.
Em 1896, entretanto, o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, em sessão realizada a 21 de junho daquele ano, proporia ao então diretor da Companhia Transportes Urbanos, o Comendador José Gonçalves Martins, e ao Conselho Municipal, que se passasse a denominar Elevador Antônio de Lacerda o até então chamado Elevador da Conceição.
E, em 1930, quando da inauguração da nova torre em concreto, ligada à Praça Municipal por uma ponte suspensa sobre a Ladeira da Montanha, nova homenagem lhe foi prestada, com a colocação no corredor que dá acesso às cabinas de um medalhão em bronze com a sua efígie.

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