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sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Cachoeira

Nascida às margens do rio Paraguaçu na época da colonização da cana-de-açúcar, a cidade de Cachoeira, a 110 km de Salvador deixou, através dos tempos, sua marca na história, fato que pode ser verificado a todo instante ao se percorrer suas ladeiras, ruas e becos calçados em pedra, admirar os velhos casarões do estilo barroco ou ouvir, quem sabe, ainda, os ecos aguerridos das lutas pela independência.









Belíssimas igrejas e capelas construídas nesse tempo, testemunham a inspirada arquitetura colonial erigida numa época em que a região tinha importante significado econômico e retratam o elevado espírito religioso de um povo que convive, paralelamente, com a religião afro-brasileira, de grande expressão na cidade.

Toda essa riqueza de detalhe nas construções, as cores, a disposição dos sobrados, praças e monumentos formam um harmonioso conjunto arquitetônico, reconhecido mundialmente como um dos maiores e mais expressivos da América Latina.

O nome Cachoeira foi dado pelos índios, significa na linguagem deles, mar grande, e isto, explica-se pelas águas do rio Paraguaçu.

Pelo seu passado histórico e pela imponência de sua arquitetura barroca, presente em suas igrejas, sobrados e museus, Cachoeira foi distinguida com o título de Cidade Monumento Nacional com o decreto 68.045 de 13 de janeiro de 1971, no governo do então Presidente Emílio Garrastazu Médici.

Atrativos
Casa da Câmara e ex- Cadeia
Situada na Praça da Aclamação, era onde funcionava o Poder Legislativo cachoeirano. Este prédio foi sede do governo da Província da Bahia por dois períodos. Lá se reuniram as mais ilustres personalidades para aclamar o Príncipe Regente e proclamar a independência.
Funciona também o Museu e Galeria da Câmara Municipal, Cândido da Silva Xavier, exímio ceramista de Cachoeira.

Museu Regional
O imóvel é considerado como a mais bela obra da arquitetura civil de cachoeira e possui notável acervo de móveis dos séculos XVIII e XIX que pertenceram ao barão de Cabo Frio. No saguão, o visitante pode ver uma cadeirinha de arrumar onde os escravos carregavam os senhores de engenho.

Igreja da Ordem Terceira do CarmoO conjunto arquitetônico do Carmo (século XVIII) é composto pela Igreja e Casa de Oração da Ordem Terceira (1702). Destacam-se na primeira, os trabalhos em talha dourada (uma miniatura da Igreja de São Francisco trabalhada em ouro) e as imagens em tamanho natural de influência oriental.

Ponte D. Pedro IIA idéia de se construir uma ponte ligando as duas cidades Cachoeira e São Félix surgiu em tempos remotos. Porém só em 1754 a Câmara da então Vila de Nossa Senhora do Rosário do Porto da Cachoeira recebia a primeira proposição de um de seus membros.
A ponte foi inaugurada em 7 de julho de 1865 com o nome de Imperial Ponte D. Pedro II.

Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário
Construída entre os séculos XVII e XVIII (1693 - 1754) na rua Ana Néri, destacam-se aí os maiores painéis de azulejo de 4 a 5 metros de altura que retratam paisagens bíblicas e ricas pinturas no teto.

Igreja de Nossa Senhora d'Ajuda
Construída entre os séculos XVI e XVII (1595-1606) no Largo da Ajuda, foi a primeira igreja construída pelos pioneiros desbravadores destas terras.

Fundação Hansen Bahia
Esta fundação é uma instituição cultural e educativa sem fins lucrativos, destinada a colaborar no fomento da produção cultural da região.
No dia 13 de março do ano de 1997, quando Cachoeira completou 160 anos de elevação à categoria de cidade, a Fundação ganhou nova sede na rua 13 de maio, n° 13. Em suas salas podem ser apreciados o retrato do gravador e a biblioteca do museu, com 25 livros de arte editados na Europa e traduzidos por Hansen Bahia, além de 2.000 livros raros sobre arte.

Casa da Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte
Museu e exposição de fotografias.


Chafariz Imperial
Construído em 1827 na praça Dr. Aristides Milton; possui gárgulas de bronze e abasteceu Cachoeira até a instalação de água encanada.

Museu Regional
Situado em frente a Casa da Câmara, na casa de nº 4, e representa talvez, a mais bela obra da arquitetura civil da Cachoeira. A sua fachada com 4 portas para a rua e outras tantas do andar superior, com seus belos balcões de púlpito, conferem à casa um ar sensorial e digno. Os móveis existentes no solar foram adquiridos pelo Patrimônio: são camas, oratórios, escrivaninhas, mesas e cadeiras do período compreendido entre os séculos XVII e XIX. No saguão o visitante pode ver uma cadeirinha de arruar, lembrando os tempos tranqüilos do passado.

Santa Casa de Misericórdia / (1734)
A Igreja é rica em alfaias e ornamentos. O hospital foi o primeiro construído no município. O conjunto possui bonitos jardins decorados por peças de louças portuguesas.

Mercado Municipal
Notável obra realizada no século XIX e curiosamente foi rejeitada pelo povo que preferia promover a feira à beira do caís.

Igreja de Nossa Senhora da Conceição do Monte / (Séc. XVIII)
Construída no ano de 1795, no alto da estação ferroviária. Possui bela vista para a cidade, ricas imagens de santos e bonita festa religiosa.

Estação Ferroviária
Ainda trazendo as lembranças do passado, a estação ferroviária movimenta linha de trem que passa por dentro da cidade de Cachoeira e São Félix.

Cais do Rio Paraguaçu
Começou a ser construído no ano 1712 e durou mais de 200 anos para ser terminado. A época foi um dos mais importantes portos de escoamento do açúcar e do fumo.

Casa Teixeira de Freitas
Nesta casa nasceu Teixeira de Freitas (cachoeirano reconhecido por toda Bahia). Atualmente este local passou a ser a sede do Fórum da Cidade.

Fora da cidade
Cachoeira, nos seus arredores, existem pontos que merecem ser visitados. A sete quilômetros da cidade, está a Igreja do Seminário de Belém, um pequeno povoado em torno da grande praça aberta ao estilo jesuítico.
Conta a tradição, que existia na igreja, trazido pelos jesuítas, um santo Inácio em ouro maciço tamanho natural. Certa feita, os jesuítas tiveram de se retirar apressadamente de Belém. Na impossibilidade de levarem o referido santo, enterraram-no num subterrâneo que existia partindo de Belém, ao lado direito de quem entra na Igreja e que ia dar no Convento do Carmo em Cachoeira. Desaparecido o Seminário, ficou apenas a igreja com a sua primeira arquitetura.
O Convento de São Francisco do Paraguaçu, a Igreja Matriz de Santiago do Iguape e as ruínas da Casa do Engenho de Vitória, também merecem ser visitados como pontos turísticos interessantes.




Festividades

Atualmente, as festas cachoeiranas se constituem na principal riqueza histórica do Recôncavo. Além de operar como demonstrações de fé religiosa, elas contribuem para o melhor esclarecimento do temperamento da sua população, que tem em todos os eventos sócio-culturais da cidade, participação definitiva na realização dos mesmos. Eis algumas manifestações importantes e um pouco de suas histórias.

FESTA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO
A festa de Nossa Senhora do Rosário, padroeira do município ocorre numa data móvel da segunda quinzena de outubro. O culto à santa é antigo e sua freguesia foi criada pelo Arcebispo Dom João Franco d'Oliveira, no ano de 1696, sendo que a igreja data de 1693-1754. Esta festa, entretanto, não é a comemoração de maior prestígio entre os cachoeiranos, tratando-se de uma manifestação de caráter puramente religioso.

FESTA DO DIVINO
A festa do Divino Espírito Santo, em Cachoeira, data do século XVIII, sendo uma tradição de origem portuguesa. O Imperador da festa costuma ser uma criança na faixa etária de 8 à 12 anos. Uma missa solene é celebrada na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, a qual é seguida do desfile do Imperador com a sua corte pelas ruas da cidade. A bandeira do Espírito Santo é conduzida no cortejo pelos fiéis. No passado, o Imperador se dirigia à Delegacia de Polícia, onde um dos presos era posto em liberdade e, finalizando o ato simbólico, ele lançava a Bandeira do Divino sobre a cabeça do ex-condenado.


FESTA DA INDEPENDÊNCIA

O dia 25 de junho é a data Magna da cidade. Os festejos se iniciam no dia 24, à noite, com o cortejo do Caboclo, acompanhado das duas filarmônicas, saindo do bairro do Caquende para se encontrar com a Cabocla que vem do Município de São Félix, na Praça Manoel Vitorino.

Os políticos, autoridades locais e convidados rumam para a Praça da Aclamação onde o Hino de Cachoeira é entoado, seguido de desfile cívico em direção `a Ponta da Calçada, local de encontro dos carros dos caboclos, que são incluídos no cortejo, que retorna à Praça da Aclamação e à Praça dos Arcos, respectivamente, para uma homenagem à Estátua da Liberdade, coroada solenemente pelos participantes. O evento é seqüenciado com as execuções dos hinos nacional, estadual e municipal encerrando o desfile cívico. No dia 26 de junho, ocorre a apresentação das bandas Minerva Cachoeirana e Lira Ceciliana. Já no dia 27, as bandas acompanham o cortejo da cabocla, que regressa à São Félix, finalizando as comemorações.

FESTA DA BOA MORTE

A Festa de Nossa Senhora da Boa Morte realiza-se todo ano durante a primeira quinzena do mês de agosto. Celebrada desde os primórdios do movimento abolicionista, a festa preserva ainda hoje seus traços característicos, individualizados, marcados pelo sofrimento de um povo que lutou para alcançar a sua liberdade. E é exatamente este o significado da celebração, o agradecimento a Nossa Senhora , pela liberdade conseguida a duras penas, com a realização de várias cerimônias, culminando com a assunção de Nossa Senhora.

A Irmandade da Boa Morte - uma sociedade exclusivamente feminina, formada por mulheres geralmente de meia-idade e descendentes de escravos - encarrega-se de todo o necessário para fazer a festa acontecer. As irmãs se dedicam de corpo e alma à devoção de Nossa Senhora e têm a realização da festa como um dever, uma obrigação que deve ser cumprida a cada ano, para pagar a promessa feita pelos seus ancestrais. As cerimônias se revestem de extraordinária riqueza, desde os trajes especiais e jóias que as mulheres usam a cada dia, até as ceias oferecidas na casa da irmandade e o samba-de-roda, que caracteriza a parte profana da festa.

Pagar pela liberdade
Os registros históricos não precisam a data inicial da festa. Originalmente, sabe-se da existência da devoção em várias igrejas e conventos de Salvador, que celebravam a "procissão do Enterro de Nossa Senhora" ou "procissão de Nossa Senhora da Boa Morte", hábitos herdados de Portugal. No livro Bahia imagens da terra e do povo, o escritor Odorico tavares registra o início do culto, na Igreja da Barroquinha, por volta de 1820, e desaparecendo com o progresso. "Foram os jejes, se deslocando da capital para o interior, que levaram a devoção para Cachoeira", explica o autor.

Na verdade, a festa de Nossa Senhora da Boa Morte, em Cachoeira, é uma manifestação sincrética do culto afro com o catolicismo. São as irmãs que explicam a necessidade (ou imposição) de se mostrar a devoção através dos rituais da Igreja Católica: "Porque elas eram escravas e não eram brasileiras. Então, naquela parte da África, elas não falavam como nós. De tudo isso, elas fizeram uma promessa para quando viesse a liberdade celebrariam a festa. A promessa foi feita antes da abolição (fim da escravatura(, porque elas já esperavam, mas pediam a Deus que chegasse logo aquele dia. Quando alcançassem a liberdade, a festa então explodiria em agradecimento’.

A festa não começou antes da abolição, pelo menos em Cachoeira. Diz o povo que nesse período - cerca de 68 anos entre a organização da Irmandade, por volta de 1820, e a decretação da Lei Áurea, em 1888 - as escravas faziam um ritual secreto e não existia a parte católica. "Faziam a novena delas, faziam o samba-de-roda ( dança folclórica onde se forma uma roda de mulheres e ao som de palmas, se dança) até que pudessem alcançar a liberdade e celebrar a missa católica.

FESTA DE SÃO COSME E SÃO DAMIÃO

Esta é uma festa tradicional de Cachoeira, estando ligada ao seu sincretismo afro-brasileiro, sendo realizada em templos distintos: Capela de Nossa Senhora dos Remédios e na de São Cosme e São Damião. Nesta última, situada no bairro do Cucuí, pertence a Igreja Católica Apostólica Brasileira. As comemorações são iniciadas com tríduo e, no dia 27 de setembro, uma missa solene é celebrada às 10:00 horas. À tarde, sai deste templo a procissão com os andores de São Cosme e São Damião e do Sagrado Coração de Jesus, acompanhada de uma das bandas locais (Minerva Cachoeirana ou Lira Ceciliana).

No bairro do Cucuí, em diversas residências é servido o tradicional caruru, uma das características dos festejos em louvor aos santos gêmeos. Na capela de São Cosme e São Damião a festa se realiza há 15 anos, sendo organizada pelo Bispo Dom Roque Cardoso Nonato. As comemorações contam ainda com apresentações de afoxé, samba-de-roda e trança-fita.

FESTA D'AJUDA

É vaga a origem da devoção de Nossa Senhora D'Ajuda, na região. Contudo a sua igreja foi edificada pelo capitão Álvares Dias Adorno, no período de 1595-1606, sendo o primeiro templo regido naquela povoação. Os festejos se realizam em data móvel, no mês de novembro, preferencialmente na primeira quinzena. Duas semanas antes do domingo da festa, faz-se o desfile do bando anunciador que sai às ruas distribuindo a programação da festa. Os membros do bando desfilam em carroças, caminhões e bicicletas, fantasiados e acompanhados das duas bandas locais.

No sábado que acontece à lavagem, a população é despertada com exibições do Terno do Silêncio que produz um barulho ensurdecedor. No domingo à tarde, faz-se o cortejo das baianas e, em seguida, realiza-se a lavagem do adro da igreja de Nossa Senhora D'Ajuda. na terça-feira, após a lavagem, a população participa da lavagem da lenha, ato simbólico, relembrando os tempos em que não havia luz elétrica.

Já na quinta-feira, dá-se a lavagem das crianças, que também ocorre de maneira simbólica, pois as crianças apenas acompanham o cortejo. Com rezas e outras manifestações religiosas, os tríduos são seqüenciados até sábado à noite. A festa encerra-se no domingo, com alvorada de fogos, às 5:00 horas, seguida de missa. À tarde, uma grande procissão percorre as ruas centrais da cidade. Enquanto isso, os festejos no largo D'Ajuda são animados com atrações da cultura local.

QUEIMA DE JUDAS

Esta manifestação ocorre no Sábado de Aleluia, e durante a festa D'Ajuda, em novembro. Dos seus folguedos constam: Terno da Bola - meninas vestidas em trajes esportivos formam duas filas para brincar com uma bola - ; Terno das Cozinheiras, composto de apresentações de músicas tradicionais e personificações de mestre cuca e cozinheira; Terno dos Mandus, com seus personagens utilizando-se de peneiras na cabeça, na qual se prende uma saia com uma barra amarrada na cintura, e ainda um paletó fechado, em cujas mangas são enfiados pedaços de madeira.

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